Uma viagem para o outro lado do Atlântico

Uma viagem para o outro lado do Atlântico

O portal de notícias dos EUA CNBC noticiou que, de acordo com fontes do governo em Washington, está a ser considerada uma reabertura das fronteiras "a partir de meados de Maio". Especificamente, o que se prevê, passa pela abertura das fronteiras terrestres com o México e o Canadá, mas também a reabertura aos cidadãos da Europa (UE, EFTA, Grã-Bretanha). Por agora, as fronteiras permanecerão definitivamente fechadas até, pelo menos, 21 de Abril.

Ainda não existe um memorando oficial do governo sobre a abertura aos turistas. O que se tem verificado até agora é que o estado da vacinação - tanto dentro dos EUA como no país de origem dos viajantes - desempenhará um papel fundamental. De acordo com o memorando, uma das condições de abertura seria uma cobertura praticamente completa da vacinação da população dos EUA, ou seja, o livre acesso às vacinas até meados de Maio, o que pode ser considerado no mínimo bastante optimista. Além disso, significaria que várias "agências governamentais" teriam de estar envolvidas na elaboração dos requisitos de entrada no caso de uma reabertura para breve. Porquê estabelecer agora um prazo de menos de dois meses como é mencionado pela CNBC? Existem dois motivos: os números da pandemia, que estão a aumentar novamente em vários países, e os EUA estarem actualmente a debater-se com novos problemas com a chegada da Primavera. Os americanos estão a negligenciar as medidas de contenção e a alimentar a disseminação de novos surtos de contágio, pelo que, dificilmente é esperada uma abertura antes do Verão. Em suma, o assunto está a ser tratado, mas até agora ainda sem detalhes concretos.

Entretanto, o lobby da indústria de viagens dos EUA, mostra estar em plena actividade. Não só as principais transportadoras americanas estão a exigir o fim do bloqueio, mas também os milhares de empresas que são maciçamente afectadas pela ausência de turistas estrangeiros. Como a Associação de Viagens dos EUA (USTA) calculou na semana passada com a ajuda do instituto de investigação "Tourism Economics", as receitas do turismo nos EUA caíram de 2,6 triliões de dólares para 1,5 triliões de dólares no espaço de um ano, um declínio de 42% - e isto apesar do turismo a nível doméstico manter-se relativamente sólido.

No total, foram perdidos 5,6 milhões de empregos nos EUA. A USTA apresentou o problema directamente a Washington na semana passada. Para o Presidente da USTA Roger Dow, a questão chave é que "A indústria das viagens, em relação às demais indústrias, está a sofrer um efeito desproporcionado com acentuadas perdas  em termos globais motivadas pela pandemia. Sendo importante que os decisores políticos compreendam que a recuperação da economia a nível nacional está directamente relacionada com a recuperação das viagens e da indústria do turismo, como um todo, e não menorizar o turismo externo devido ao peso do turismo interno".

 

05 Abril 2021